Padre é ouvido em Arcoverde suspeito de abuso sexual de menor

Por Giro das Cidades em 19/05/2023 às 11:03:28

O padre Fábio Amaro, que atuou em várias paróquias do Acre, foi indiciado pela Polícia Civil do estado por suspeita de abuso sexual. Os crimes teriam sido praticados entre 2008 e 2009, quando o suspeito era pároco em Rio Branco. Na época, o sacerdote teria abusado de um adolescente, que tinha entre 15 a 16 anos, e de uma jovem, de 18, que frequentava a igreja e se confessava com ele. Atualmente, ele mora em Pernambuco e foi ouvido na delegacia da cidade de Arcoverde (PE) a pedido da Polícia Civil do Acre.

A reportagem é da Rede Amazônia Acre, filiada à TV Globo, que conversou com as vítimas, que não foram identificadas na reportagem. Todas frequentavam a igreja católica e tiveram o sonho de seguir carreira cristã destruído.

Apesar das duas denúncias, o padre responde criminalmente apenas pelo estupro do rapaz. Segundo a Polícia Civil, o crime praticado contra a jovem prescreveu. Atualmente, ele mora em Pernambuco e foi ouvido na delegacia da cidade de Arcoverde (PE) a pedido da Polícia Civil do Acre. Em depoimento, ele negou conhecer as vítimas e alegou também desconhecer até o acordo que fez com o bispo Dom Joaquín Pertiñez.

No estado pernambucano, o padre estava ligado a uma instituição sem fins lucrativos (Fundação Terra) que trabalha com projetos sociais de ressocialização. Após prestar depoimento, ele teria pedido desligamento.

A reportagem tentou contato com o padre diversas vezes, sem sucesso. Em uma dessas tentativas, uma mulher se identificou como mãe dele e informou que o filho tinha viajado em busca de emprego e que não sabia a data de retorno.

O rapaz que denunciou o padre, atualmente com 30 anos, contou que participou de um encontro da igreja católica e teria ouvido uma colega dizer que tinha sido aliciada por um padre. Sem saber ao certo do que se tratava, ele teria comentado com um amigo, e a informação chegou até o padre Fábio Amaro. A partir de então, segundo ele, o sacerdote teria passado a ameaçar e a abusar dele.

"Ele tirava a roupa, tirava minha roupa e, muitas vezes, fazia eu pegar nas partes íntimas dele, assim como pegava nas minhas e toda vez que pedia para ele parar, dizia: 'o que você falou de mim foi um crime e se você não fizer o que eu mandar, falar para alguém, vou processar sua família, você é menor e quem vai responder é sua família. Coloco seu pai e sua mãe na cadeia e tiro tudo deles'", detalhou.

A vítima destaca que os abusos aconteciam no quarto, dentro da paróquia, pelo menos três vezes na semana. Os crimes teriam sido praticados durante dois anos até o jovem entrar em um seminário e ficar praticamente isolado do mundo externo.

O isolamento foi visto também como uma forma de escapar dos abusos praticados pelo sacerdote. "Pensei: lá no seminário religioso ele não poderia ir, mas, ao mesmo tempo, ficava na minha mente que eu poderia encontrar outros padres ali dentro iguais a ele. Essa era minha única saída, não poderia compartilhar isso com ninguém", recordou. Veja abaixo a reportagem da Globo Acre



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