Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, reagiram nesta sexta-feira (9) às recentes ameaças golpistas do presidente Jair Bolsonaro ao processo eleitoral e democrático do país.
Ambos se manifestaram horas após Bolsonaro ter afirmado, sem apresentar nenhuma prova, que a fraude eleitoral está no TSE, além de ter atacado Barroso, a quem chamou de "idiota" e "imbecil". Um dia antes, Bolsonaro já havia colocado em xeque a realização das eleições de 2022.
Bolsonaro tem feito repetidas ameaças contra as eleições, numa radicalização de discurso que coincide com pesquisas que apontam o aumento de sua reprovação e o favoritismo do ex-presidente Lula (PT) no pleito de 2022.
Em entrevista, Pacheco subiu o tom e afirmou que não aceitará retrocessos à democracia do país, em resposta também às manifestações de militares sobre a CPI da Covid.
Dois dias atrás, o ministro da Defesa, Braga Netto, e os comandantes das Forças Armadas divulgaram uma nota na qual repudiavam declarações feitas pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), sobre os militares sob investigação e na mira da comissão.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), subiu o tom nesta sexta-feira (9) e afirmou que não aceitará retrocessos à democracia do país, em resposta às manifestações de militares sobre a CPI da Covid e às ameaças do presidente Jair Bolsonaro contra o processo eleitoral e democrático.
Na entrevista desta sexta-feira, Pacheco destacou a importância da separação entre os Poderes. "Uma separação que definitivamente não signifique desunião, mas que signifique o respeito de cada Poder em relação ao outro naquilo que toca a atribuição do outro", disse.
"E quero aqui afirmar a independência do Parlamento brasileiro", continuou. "A independência do Congresso Nacional, composto por suas duas Casas, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, que não admitirá qualquer atentado a esta sua independência e sobretudo às prerrogativas dos parlamentares de palavras, opiniões e votos, que naturalmente devem ser resguardados numa democracia."
A seguir, Pacheco também defendeu "a preservação absoluta de algo que é também inegociável, que é o Estado de Direito e a democracia".
"Nós não podemos admitir qualquer tipo de fala, de ato, de menção que seja atentatória à democracia ou que estabeleça um retrocesso naquilo que, repito, a geração antes da minha conquistou e que é nossa obrigação manter, que é a democracia no nosso país."