Em um ano, o governo de Pernambuco reduziu em pouco mais de R$ 1,2 bilhão o volume de gastos com investimentos em assistência hospitalar e ambulatorial. Os dados levantados pela TV Globo mostram a tragédia do governo Raquel Lyra (PSDB) para os pernambucanos. Segundo o Portal da Transparência, em 2023, o estado investiu R$ 6,54 bilhões na área. Em 2022, o total investido foi de R$ 7,75 bilhões. Uma redução de 15%.
É a primeira vez em 16 anos que houve queda nos aportes feitos na rede pública de saúde do estado. O valor reduzido é quase o dobro do que foi gasto, por exemplo, com a construção da Arena de Pernambuco, que custou mais de R$ 740 milhões na época das obras.
Em 2022, último ano do ex-governador Paulo Câmara, então no PSB, os investimentos com a saúde somaram R$ 7,75 bilhões. Na onda de cortes para fazer manchetes em jornais, a governadora Raquel Lyra (PSDB) investiu R$ 6,54 bilhões. Com a redução dos valores, o percentual de participação dos gastos com assistência hospitalar e ambulatorial em relação ao total de investimentos feitos pelo estado, também diminuiu no último ano, voltando ao patamar de 2014.
Além disso, segundo dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE), os principais hospitais públicos de Pernambuco, como os da Restauração, Getúlio Vargas e Barão Lucena, sofreram cortes de financiamento. Por lei, os recursos que foram cortados deveriam ter sido aplicados em despesas com internações e tratamento ambulatorial, incluindo exames de laboratório.
O problema chama a atenção diante da superlotação das UTIs pediátricas e neonatais devido ao aumento no número de casos de síndrome respiratória em crianças, o que fez o estado decretar situação de emergência em abril.
Na quinta-feira (16), o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) divulgou uma nota expressando preocupação e cobrando medidas para lidar com a crise, que se repete desde o ano passado. "A rede estadual de saúde precisa se precaver com mais leitos de UTI pediátricos, uma melhor distribuição de medicamentos e recursos médicos suficientes para evitar futuras tragédias", afirmou a entidade no texto.